domingo, 27 de março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

Com ou sem capota

Quando quiseres, quando puderes, quando precisares e até quando não precisares. 
É assim que me tenho dado e até tem surtido efeito. No worries e no pressure. Nunca fomos um prazo nem uma data de validade e nunca fomos muito de sonhar e concretizar. Com o tempo aprendemos que "to do lists" não resultam muito connosco porque gostamos de realizar o que ainda não foi pré-definido, e portanto ficamo-nos pelo concretizar, mesmo que por vezes não percebamos bem o quê. Sabemos que o amanhã "logo se vê" e porque há sempre possibilidade de planos furados pelo caminho e talvez seja isso que nos tem arrastado para tão longe sem deixar que os laços se percam a meio.
Sei que por vezes não gostas desta minha forma destemida de te encarar, de te fazer cair no real e dos sustos que te prego sempre que me apetece. Sei que te arrepiam as palavras que digo da boca para fora, quando pareço não ter medo de uma volta de 180º ou quando sou o "gigante da pedra, e a mim ninguém me pode tocar". Mas sei que te habituaste ao mistério, às contradições, ao indirectamente falando e às minhas tão queridas meias-palavras. E sei que, mesmo quando não quero admiti-lo, me conheces bem, muito bem.
Sei que te mudei, sei que te deixaste mudar. Sei que cedeste a caprichos e me fizeste acreditar que ganho sempre todos os braços de ferro mesmo quando não é bem assim, mesmo quando tinhas força para me calar e deixar imóvel. Não o fizeste. E não o fazes. E eu gosto dessa tua forma ténue de me deixar ganhar, dessa tua forma descontraída de me encarares e da ligeireza com que recebes todas as minhas idiotices. Os meus dias estupidamente apaixonantes e os estupidamente gelados. Como num carro descapotável, onde nos dias frios a capota está fechada e nos que o sol brilha a capota está aberta.
E eu gosto de ti. Não aprendi a gostar, não foi com o tempo e não foi pensado. E estou bem, bastante bem, diga-se.
Gosto de acreditar que é esta descontracção, este gelo de vez em quando, que nos acabou por trazer até aqui e verdade seja dita, sem muitas chatices pelo meio. Porque aprendi que por vezes é preciso chover e fazer frio para no dia seguinte fazer sol e notarmos diferença, e darmos valor a essa diferença. Porque para mim um mundo em que faz sempre sol e é sempre tudo maravilhoso não é mundo, nem sequer é nada. Por isso deixa-me continuar com as minhas manias irritantes e com todas as minhas ideias ao contrário. Porque, no fim do dia, para ti é com ou sem capota.



Iz

sábado, 19 de março de 2011

Let me know




Eu sei que esta música é tua, mas logo de manhã ela tocou no gym e lembrei-me de ti. Sim, eu sei, gostas de aparecer todos os dias, sempre de uma forma diferente. És irreverente, pronto !
Mas, como não poderia deixar de ser, hoje percebi que também se adequa a mim, pelo menos por agora. E por isso apeteceu-me deixar aqui uma libertação de ideias:

Odeio o facto de me fazeres ficar estupidamente esperançosa só com essa tua estranha, chamemos-lhe, simpatia. Odeio o facto de não entender uma única coisa vinda de ti, de não te conhecer, e de não saber o que estás a pensar, como consigo fazer com todas as outras pessoas. Odeio o facto de não saber se isto és tu, se brincas comigo ou se emites sinais.
És um cluedo. Nunca joguei e por isso não faço ideia como se interpreta as pistas, como se lida com o jogo e não faço ideia de como chegar ao resultado final. És um cluedo, e eu adoro a forma como o tens sido nos últimos dois dias. 
Tenho dito.


Iz

terça-feira, 15 de março de 2011

Maneater


Maneater, 
É tudo o que me apraz dizer sobre as minhas últimas semanas, e gosto.


Iz

quarta-feira, 9 de março de 2011

É tudo uma questão de vermelho

Um sofá vermelho nunca é só um sofá vermelho. Tem mística, tem significado, mexe connosco. Ninguém fica indiferente a um sofá vermelho, digo eu, talvez por isso se adequar a mim mesma. Talvez por não conseguir ficar bem com isso, talvez por apesar de já o ter interiorizado mil vezes, ele continuar a vir à tona e a deixar-me insegura cada vez que o encontro. Apesar de já ter repetido baixinho imensas vezes que não foi nada, que já passou e que não tem importância, a verdade é que tem. A realidade é que ele foi tudo e tentando igualar ambas as partes da equação, tudo o que eu te posso dar é nada. Nada a acrescentar, nada a fazer, nada a marcar. É vermelho, como não poderia ter importância. Como poderia ficar bem, quando é marcante, quando foram tantas vezes, tanto tempo e tão bom.
E hoje, sinal dos sinais, dei de caras não com um nem com dois, mas com imensos sofás vermelhos. Deve ser moda agora, ou então estavam ali só para me atormentar. Ou então estava só na secção dos sofás, e tudo o resto foi drama e racionalização a mais. Mas não consigo, não sei porque, não consigo lidar bem com isso. Talvez por saber que ela tinha um sofá vermelho. Porque tu já tiveste um sofá vermelho para ti. E esse sofá era como uma brincadeira de crianças, um carrossel de ideias, onde nem moedas havia, a viagem era grátis e longa e podias andar as vezes que quisesses. E não havia rotina, não havia falta de sentimentos, não havia cansaço nem tão pouco faltava a preocupação e o sentimento. E gostaste, e ainda hoje te lembras dele. E agora mudaste, e eu não sei se te achas e sentes melhor assim, não sei se acredito em ti. Talvez por não querer ou não me deixar acreditar que comigo estás bem, por me fazer confusão, por ter um certo gosto masoquista que me prende a isso, que me faz falar disso e me dói e me magoa.
Um sofá vermelho. Com tudo o que englobou, mais ainda, com tudo o que ainda engloba. Para mim. O quão insuficiente ou ineficaz me faz sentir. O quão pequenina me faz sentir, o quão insegura me deixa. E eu não devia saber, eu não devia saber que houve um sofá vermelho, eu não queria saber, não me devias ter deixado saber, não me devias deixar ficar assim. Devias mentir-me, devias saber o que quero ouvir e devias deixar-me bem, quando a única coisa que me sabes dizer é que é passado, e está enterrado e que tudo mudou. Mas não dizes para melhor. Não dizes que estás melhor, não dizes que sou melhor, não dizes que me preferes e que não trocavas isto por nada deste mundo. Não dizes que preferes o meu sofá verde, o meu edredon cor-de-rosa e o meu cortinado amarelo. E por isso, sem saber bem porque, agora tenho o quarto cheio de acessórios vermelhos. Caixas, candeeiros, cortinados, edredons. Falta o sofá.
Lição de hoje, um sofá vermelho é sexy.




Iz

terça-feira, 8 de março de 2011

Os pés da cama

Gosto de perder as meias.


Iz


Tu és um bom dia

Tu és um bom dia. Tu começas com um raio de sol a espreitar pela janela, por entre as freixas do estor, sem pedir autorização, rebelde como tu, livre e audaz. Tu és um dia bonito, com um café e uma torrada ao pequeno-almoço, como se de gente grande já se tratasse. És água no rosto e escova no cabelo, mesmo que este nunca se encontre muito desalinhado, a contrastar com o teu, em desalinho completo e com vida própria. Tu és uma quinta-feira com uma aula de bodybalance logo pela manhã, para ajudar a ganhar energia, para ajudar a clarear as ideias e a tomar gosto pelo dia que nos espera. Tu és um bom almoço, um almoço que, apesar de à pressa, carrega consigo a ansiedade de te ver. És um dia tão bom, que nem é necessário muito tempo para escolher a roupa, como se qualquer coisa assentasse bem, como se isso nem sequer importasse. Tu és um dia com um brinco especial, com um significado especial e com memórias referentes a bata e aulas de laboratório. Tu és uma ida de camioneta, uma ida de metro e uma espera perto da loja de cidadão. E apesar de não gostar de andar sozinha, nesse dia nem isso me incomodou, por tu seres também um dia com presença constante. Tu és uma chamada a perguntar onde estás, com as saudades a aflorar a pele, com um reviver, com a falta que me fazes. Tu és um abraço, tu és um não me deixes, preciso de ti, tenho tantas saudades tuas e nada sem ti é igual, dito em três segundos em silêncio. Tu és um caminhar, uma necessidade de perguntar como estás, um querer saber tudo, um sentir falta de partilhar todos os segundos. És um querer-te ouvir sem nunca me cansar. Tu és um senhor com uma guitarra a uma mala aberta com moedas a tocar música à beira da água, músicas que me dizem tanto que nem sei explicar. Tu és uma senhora a pedir-me para tirar uma foto. Tu és outra senhora a pedir-te para tirar uma foto, sim, porque não me podia ficar a rir de ti, se eu tirei, tu também tens de tirar. Tu és um sentar na areia, uma conversa sincera, um "estás tão crescida", uma flor dada, uma história contada e um conjunto de vivências marcantes. Tu és um desabafar, um tirar o peso de cima das costas, um saber que posso contar contigo nem que tenha feito o maior erro de todos, e melhor ainda, tu saberes exactamente o mesmo, sem eu precisar sequer de to dizer. Tu és uma senhora a olhar e uns cães com energia a mais a atiraram areia para tudo e todos. Tu és um até já, porque dias destes têm sempre uma grande noite a acompanhar. Tu és uma noite na Kapital, com uma grande fila e uns grandes empurrões à mistura. Tu és um assumir de um compromisso, um interiorizar uma nova etapa, um acreditar que estou bem assim. Tu és uma noite emotiva, um estar convosco e sentir-me tão bem. Tu és grandes músicas a tocarem e nós a dançar como se o tempo não passasse por nós. Tu és um sussurrar e chegar a conclusões ao pé de uma casa-de-banho. Tu és acreditar em sinais, e saber que eles existem mesmo. Tu és isto tudo e tudo o que ainda falta. Tu és assim. Tu és um bom dia.



A nossa é ainda mais bonita que esta !


Iz



sábado, 5 de março de 2011

Short Message Service

É incrível o que uma aplicação do telemóvel significa. Quase como num anúncio se pode dizer "um só serviço, tantos significados".
As mensagens reinam no mundo de hoje, toda a gente as manda, toda a gente as lê. Até a minha avó passa agora horas a mandar mensagens às suas sobrinhas, nem que seja para comentar a chuva de granizo que aconteceu há pouco...
Acontece que as mensagens trazem com elas emoções e não só simples texto. Transportam poemas, dedicatórias, ofensas, e maior parte das vezes todas as coisas que as pessoas não têm coragem de dizer na cara! Enfim, hoje pressenti que precisavas de mim. O que fiz? Mandei uma sms. Não para dizer uma coisa extraordinário, apenas para concretizares o que já sabes, que estou sempre aqui sempre, no matter what!
É uma forma de comunicação de tal maneira viciante, que quando não a usas logo vem o comentário "Podias, pelo menos, mandar sms". Não mandar mensagens não significa que não me lembre dessa pessoa, que não sofra por ela estar ausente, como é o caso da Fifas. Nem me lembro da última vez que lhe mandei mensagem, mas todos os dias, sempre que vou a caminho da escola, o coração aperta por saber que ela não vai lá estar para gozar comigo nem afirmar que daqui a não muito tempo me vai empregar em casa dela como  empregado doméstico! Sim, se calhar devia mandar mensagem... Mas se pensarmos bem, será um pequeno número de caracteres que define o quanto se gosta de uma pessoa? Não deveria, mas neste momento sim! É a uma pequena frase, com smiles a acompanhar, que nos agarramos e realmente percebemos que aquilo em que estamos a pensar é verdade. Não é ridículo o poder que uma coisa tão insignificante tem?
Para já não falar de que as sms são poderosas vias de flirt! Basta aparecer no meio de um textinho provocatório um " =P " que já se começam a criar as borboletas na barriga. Mensagem atrás de mensagem, quando dás por ti, já passaram horas, e sempre a falar com a mesma pessoa (se bem que o flirt pode ser dirigido a várias ao mesmo tempo =P)! Acontece comigo, acontece contigo, acontece com todos! E o que mais aborrece nisto tudo, é que por vezes passamos horas e horas à espera de que o telemóvel vibre e mostre "uma nova sms". E se isso não acontece ficas com sensação de solidão, de que a vida está a jogar no campo e que tu, sem razão aparente, ficaste no banco e nem sequer para o aquecimento foste necessário! Então stressas-te, ficas aborrecido, tudo porque ninguém te enviou o tal conjunto de caracteres! Raio das mensagens! Têm mesmo importância. Então se calhar sim, tenho mesmo de começar a mandar mensagens às pessoas todas de quem sinto falta! É melhor começar já!
Será esta uma ferramenta útil de comunicação, ou um vício que, sendo insignificante, condiciona tanto os estados de alma?
Com uma mensagem eu consigo fazer chorar, fazer rir às gargalhadas, criar saudade, despoletar ódio, marcar encontros, mandar avisos e para tag's, moche's  extravaganza's tudo à borla!


Tudo isto num pequena sms.

Du

Mascarado

Para ti não deve haver diferença entre o Carnaval e o resto do ano, todos os outros 360 dias. Isto porque andas mascarado todos os dias, andas encoberto do que não és. Não sei, mas deve ser difícil carregar sempre esse fardo contigo. Não teres ninguém com quem podes ser  verdadeiro, com quem podes ser real, com quem podes contar e desmanchar todas essas peças que trazes de anos atrás. Antes tinhas-me, quando querias e do jeito que querias, e comigo não havia capas nem montanhas russas para encobrir aquilo que fosse. Não tinhas necessidade de te fazer mais do que eras, porque sabias que eu percebia que te sentias sozinho, e que todo esse circo à tua volta, não era mais que um motivo para não chorares e dizeres que gostavas que fosse tudo tão diferente. Mesmo que tentasses não havia uma única coisa que me conseguisses esconder, não havia nada que me escapasse.
Entretanto o tempo passa e tu ficaste amargurado, não sei se comigo, se com a vida, se contigo mesmo, mas quero-te dizer que não estás certo, que podias voltar a ter metade do que tinhas, podias voltar a ter um brilho nos olhos e um sorriso verdadeiro, não essa máscara que fazes questão de mostrar quando agora te encontras perto de mim. Esse peso que carregas sempre contigo, será que não entendes que era a única pessoa que era capaz de te invadir sem te magoar, sem te deixar, sem deixar de gostar de quem verdadeiramente és. Sim, porque realmente sempre foi isso que nos definiu. Eu gostava de ti, de ti mesmo, e não dessa personagem que montas para todos à tua volta. Tu já nem te deves conhecer, já te deves ter perdido algures em todas as histórias que inventas, de mil e uma noites. Até isso eu ainda percebo, incrível, mesmo quando mudaste tanto, mesmo quando finges, e mentes e exageras.
Não sei se te sentes melhor assim ou não, mas realmente a vida deve-te saber a pouco quando não tens espaço para te encontrares e saberes quem és, nem pessoas com quem possas ser tu.
Isto tudo porque ainda há músicas que fazem questão de me atormentar nos dias errados. Eu continuo igual, continuo a acreditar em sinais e em ligações que estão destinadas a acontecer. E eu, apesar de saber que estou bem, sei que tu não estás. Nunca estiveste, e também sei quando estarás. Mas isso já não faz parte do meu departamento, já é teu, já serias tu a ter de, a fazer com que, a querer que. E por isso fico por aqui, fica só a esperança de, tal como diziam as mensagens.


Iz