quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Sábio e a Borboleta

Havia um pai que morava com as suas duas jovens filhas, umas meninas muito curiosas e inteligentes. Elas faziam sempre muitas perguntas. Algumas, ele sabia responder. Outras, não fazia a mínima ideia da resposta. Como lhes pretendia oferecer a melhor educação possível, mandou-as passar as férias com um velho sábio que morava no alto de uma colina.
Este, por sua vez, respondia a todas as perguntas sem hesitar. Já muito impacientes com a situação, pois constataram que o tal velho era realmente sábio, resolveram inventar uma pergunta que ele não soubesse. Passaram-se alguns dias e uma das meninas apareceu com uma linda borboleta azul e exclamou para a sua irmã: "Desta vez o sábio não vai saber a resposta!". "O que vais fazer?", perguntou a outra menina. "Tenho uma borboleta azul nas minhas mãos. Vou perguntar ao sábio se a borboleta está viva ou morta. Se ele disse que ela está morta, vou abrir as minhas mãos e deixá-la voar para o céu. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la rapidamente, esmagá-la e, assim, matá-la. Como consequência, qualquer resposta que o velho nos der e vai estar errada."As duas meninas foram, então ao encontro do sábio, que estava a meditar sob um eucalipto na montanha. A menina aproximou-se e perguntou se a borboleta na sua mão estava viva ou morta.
Calmamente, o sábio sorriu e respondeu: "Depende de ti. Ela está nas tuas mãos."

domingo, 17 de abril de 2011

It´s your hair and your eyes today, that just simply take me away.


Iz

Tesouras e laços

Devolve-me os laços, dizia a música entoada há tempos atrás. Devolve-me os laços, quiçá aqueles que um dia me tiraste ou aqueles que rasgaste por mero capricho, quiçá aqueles que querias fazer mas reprimiste. Ou então eras, ou és, muito pequenino sequer para fazer laços. Mas, ironia da voragem do tempo, não quero devoluções. Não quero os teus laços, até porque são ainda muito meninos, muito azuis e já nada disso me apraz grande desejo. Podes pegar em todos os metros de fita que agora te apetece gastar comigo e dar-lhes alguma utilidade, fazer algo de jeito. Mas fazer mesmo, não o teu querido diz que faz, diz que acontece, porque isso a mim não me vale mais que umas gargalhadas.E quanto a isso já tenho quem me complete.
Olha, podes fazer um belo arranjinho com eles e cortá-los com uma grande tesoura. Mas, agora que te ensinei a fazer laços, ou que finalmente te apercebeste que só comigo fazes laços decentes, não tens tesoura.  Não tens tesoura porque eu não ta dei, sabes bem que tudo o que dou é com contra peso e medida, nada é ocasional. Tesoura, que é bom, guardei para mim. Por isso é que agora te encontras nesse emaranhado que te deixei e ninguém mais sabe desatar ou cortar esses nós.
Não tens tesoura nem sabes cortar. E não consegues cortar os mil laços que tenho à minha volta e que não te envolvem e nem sequer te dizem respeito. E nem nada sabes a seu respeito. Porque, grande vantagem minha, não vivo para mostrar. Adoro o facto de a tua vulnerabilidade te fazer mostrar que, enquanto que a minha reactividade não necessita de. Eu sei o que faz e acontece e, no cerna da questão, é isso que importa. Quanto ao resto, já percebi a que tenho direito e ao que me apetece dar, e não é de todo, aos teus tão recentes e imaturos laços.


Iz

Regulador de ebulição


 Sim, reajo facilmente, tenho um coração facilmente inflamável e provoco ebulições tumultuosas várias vezes por semana. Tenho, por vezes, um comportamento estranho e difícil de prever e nem toda a gente sabe lidar com o meu carácter anfólito. 
Mas sabes, no final do dia, tu és a minha pedra pomes.


Iz

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Iz

quarta-feira, 13 de abril de 2011

domingo, 10 de abril de 2011

Lazy Sunday

O Sol brilhou e o dia esteve propício a um belo passeio à Vila, no entanto hoje a ronha falou mais alto e é tão dificil quando ela faz isto..
Filmes. Gelado. Música. Passos de Dança. Cirrose.
Tudo se resume a pouco.



"Today I don't fell like doing anything
I just wanna lay in my bed"

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Come fly away


Já deste provas que me consegues calar de uma forma que desconhecia seres capaz. Já mostraste que me percebes, que entendes todos os meus metaforicamente falando e as minhas queridas meias palavras. Já, e nem sei bem como. Porque a única coisa que era suposto saberes de mim era o nome e pouco mais. Mas não, olhas para mim e reparas, apercebes-te, e sabes. E eu admito gostar dessa tua presença distante mas tão estranhamente perto de mim.

Por isso, querido pássaro, eu sei que estás a voar e bem longe até, mas vem para a minha mão e voa comigo.

Iz

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Príncipe num cavalo branco

Caro príncipe e seu tão intitulado cavalo branco, quem és tu ? Porque fazes questão de asolar a mente e os sonhos das meninas, fazendo-as ficar desesperadas pela tua chegada e mais, acreditando piamente que um dia isso irá acontecer ? 
Nunca entendi esse teu egocentrismo, o facto de achares que realmente és digno de todo este desejo que existe à tua volta. Nunca entendi nada vindo de ti, o porquê de teres um cavalo, um cavalo branco, o porquê de seres um príncipe, que toda a gente sonha ser lindo e maravilhoso e sentimental e ridiculamente perfeito. Nunca entendi porque nunca te vi, e eu gosto de ver, não gosto de me ficar pela imaginação. Porque a imaginação é uma coisa muito ponderada, muito tem-de-ser-assim-para-ser-perfeito, e tem muitas lacunas porque isso raramente acontece. Não gosto de tem-de-ser, gosto de pode-ser. Nós nunca estabelecemos contacto visual, nunca me fizeste ficar estranhamente sem palavras e nunca me fizeste corar subitamente sem dar por isso. E sinceramente, acho que serias muito mais encantador se fosses um trovador ou um mero bobo da corte. A muitos dos príncipes que aí vagueiam falta o chá e ao menos os trovadores sabiam tocar música e os bobos têm lata e a desinibição que muitas vezes aprecio. Quanto a esse teu cavalo branco, podia ter uns longos bigodes e uma brilhante pelagem negra e tornar-se numa pantera, que seria muito mais convincente. A pantera tem garras que te podem rasgar em pedaços e tem uma atitude completamente exótica, faz o que quer, nunca sabes o que podes esperar dali. Esse teu cavalo tem cascos que são previsíveis e muito fáceis de domar e o mais exótico que pode fazer é relinchar de vez em quando. E todos sabemos qual dos dois nos dá vontade de.
Por isso, príncipe com um cavalo branco, desce à terra e deixa as pobres meninas decidirem se preferem um bobo ou um rei, um príncipe bastardo ou uma outra coisa qualquer. E até podem não ter sequer preferência. Não as obrigues a lutar ou esperar por ti, porque sabes bem que o teu lugar pode ser de qualquer um, desde que elas não estejam tão obcecadas a tentar preencher requisitos que tu predeterminaste. E aí perdem, perdem mesmo.


Iz